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Arquitetos: Coletivo de Arquitetos
- Área: 300 m²
- Ano: 2022
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Fotografias:Joana França
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Fabricantes: Alumif, Bentec, CIA da Luz, Prime Mármores
Descrição enviada pela equipe de projeto. A casa, projetada em uma área litorânea no estado de Sergipe, inicialmente foi desenhada para veraneio mas logo se consolidou como a residência principal da família.
Com o auxílio do escritório, a escolha do lote priorizou uma localização na qual não existissem vizinhos que pudessem bloquear a chegada franca da ventilação na casa, pré-requisito de suma importância para um conforto térmico eficaz nessa região do país.
Sua implantação foi definida em dois blocos: um pavilhão principal que engloba quase todo o programa da casa e um outro bloco, atrelado a esse primeiro, configurado por uma laje poligonal que abriga a área gourmet, área de serviços e garagem. O bloco principal possui dois volumes funcionais internos (como abrigos dentro de um abrigo), ambos de caráter íntimo, separados entre si pelo programa social da casa composto pela cozinha, sala de jantar e estar integrados. Esse bloco foi protegido por uma grande cobertura cerâmica em duas águas que confere um pé direito amplo para os usos sociais.
As decisões projetuais buscaram equacionar as condicionantes locais de excesso de insolação e direcionamento de ventos, seguindo livremente as orientações do "Roteiro para construir no Nordeste" do pernambucano Armando de Holanda. Beirais, varandas, brises, descolamentos entre volumes para evitar pontes térmicas foram as estratégias utilizadas para garantir o conforto climático no interior da residência. A implantação do bloco principal no sentido Leste - Oeste protegeu a casa da incidência massiva do Sol nascente e poente. A face Norte, menos suscetível a incidência do Sol, recebeu a proteção de brises enquanto a Sul se apresentou praticamente opaca, com uma abertura longa, estreita, pra ajudar na aeração cruzada da casa.
A presença do tijolo maciço se deu com bastante protagonismo, sendo utilizado de diversas maneiras e em diferentes situações, seja como vedação, piso ou elemento de sombreamento. Juntamente com a madeira e a cromia branca preponderante das paredes, estes materiais percorrem toda a edificação e estabeleceram uma condicionante de perenidade e de facilidade de manutenção ao longo do tempo.
Os brises móveis foram utilizados de forma a filtrar a incidência solar e atuam também como vedação da casa. Sua permeabilidade contribuiu para que, mesmo fechados, mantivessem ativa a ventilação no interior da residência.
O paisagismo permeou as áreas internas e externas da casa e se desenvolveu de maneiras distintas em relação às espécies escolhidas. Junto a fachada frontal, foram escolhidas espécies com menor necessidade de água e adaptadas a climas mais secos e de grande insolação. Já na parte interna e posterior da casa, as espécies compuseram um jardim de natureza mais tropical que ajudaram a desenhar os espaços de permanência e as relações de transição entre o interno e externo.